Comece jogando as lembranças amargas amarrotadas dentro das malas da saudade e deixe-a ir, não demonstre cuidado, seja indiferente com o que te machuca...coloque as doces memórias junto para que não tenha do que se arrepender e nem sinta tentado a desistir.
Pegue a saudade e mande-a para um lugar você sabe que jamais irá, coloque-a dentro da garrafa, tampe-a bem apertado para que não fuja e arremesse o mais longe que conseguir, não economize forças, quanto mais forte e mais longe ela for, melhor.
Arremesse na imensidão do mar, para que somente Deus seja capaz de trazer aquela garrafa de volta, e se isso acontecer é porque é bom para você ou você mereceu mesmo beber cada gota daquela indesejável bebida.
Mas não se despeça ao arremessar, despedidas são memoráveis e não é essa a sua intenção, você não quer se lembrar. Veja as ondas a maltratarem e não derrame nenhuma lágrima, deixe a saudade se afogar, assista calmamente e não se dê o trabalho de lembrar nem da dor nem da alegria que aquele momento representa.
Dê as costas friamente e caminhe sem olhar para trás, não corra, não demonstre medo de que ela volte. Se proíba pensar o que acontecerá com a garrafa e seus indesejáveis passageiros. Que morram na água salgada.
Abrace a felicidade e siga em frente.
É assim que se faz...
