"Ao observarmos a natureza, vemos o quanto somos indefesos se por um acaso dependêssemos apenas dos nossos sentidos. Nada de garras afiadas, nada de presas pontiagudas, nada de venenos mortais, espinhos pontudos, odores fétidos, cascos duros, camuflagem, pele grossa, visão noturna...somos estritamente pensantes.
Deixamos com o passar dos anos, de confiar em nossos sentidos e instintos, e por esse motivo, creio que nossos sentidos não se aguçaram tanto quanto ele deveria se estivesse na natureza. Passamos a confiar as nossas defesas, as nossas vidas e rotinas a dispositivos. Substituímos intuição por tecnologia, preferimos o conforto e as vantagens trazidas por essa tecnologia do que a árdua evolução das espécies que a natureza oferece. Mas desaprendemos, ou deixamos de aprender excelentes lições sobre viver em comunidade, sobre lutar em conjunto para um bem coletivo, que a maioria dos animais aprendem com o tempo. E uma boa parte da culpa desse distanciamento dos elementos da mesma espécie foi o desenvolvimento de facilitadores para as atividades diárias.
Mas você deve estar pensando "Mas esse post não é sobre o tempo? Esse blogger tá ficando louco, isso não tem nada a ver...!"Fique caaalmo, tem tudo a ver.
Há muitos anos, inventamos um dispositivo que regulava a ordem da sociedade, todos ao mesmo tempo, em todos os lugares. O famoso relógio é quem dita se está na hora de dormir, se está na hora do almoço, se está na hora de ver TV, se está na hora de brincar. O momento correto para dormir para todas as espécies é quando se está com sono, não quando dá 23 horas no relógio, o momento de comer é quando se está com fome, não quando é meio dia, não assistimos mais o que queremos apenas pelo prazer de ver TV, agora a novela é "das nove". É inegável que essa invenção nos trouxe muitos lucros e vantagens, mas acho que a humanidade se tornou muito refém daqueles ponteiros, estamos tão mecânicos quanto o próprio relógio.
Isso é verídico, infelizmente.
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